

Pessoal este projeto constata que através de uma mudança de hábitos , determinação, foco e empenho é possível sim emagrecer, além de ganhar saúde física e mental.
O projeto teve duração de exatos seis meses, onde acompanhei e atuei pessoalmente junto com o também especialista em exercícios Funcionais Clemilson Silva. O resultado foi um Espetáculo!
Trabalho realizado com equipe multidisciplinar, analisando um individuo do sexo masculino.
Realizado em Brasília e Natal.
Dúvidas e dicas: marciaarrudaestetica@gmail.com
A promoção de práticas alimentares saudáveis e atividade física estão inseridas na adoção de estilo de vida saudáveis que irão resultar em prevenção e maior qualidade de vida. O objetivo principal reside na prevenção da obesidade adotando uma alimentação equilibrada, proporcional ao gasto energético diário, uma vida mais ativa fisicamente e um planejamento comportamental de longo prazo (NAHAS, 2001).
De acordo com a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), em sua quarta diretriz, é preciso socializar o conhecimento sobre os alimentos e o processo de alimentação na prevenção dos problemas nutricionais na infância.
Torna-se necessário, o estímulo à adoção dos hábitos de vida saudáveis ainda na infância (NÓBREGA, 1998). O fortalecimento de um vínculo positivo entre educação e saúde, inseridos através de programas educativos, é fundamental para a promoção da saúde.
Nesta perspectiva interdisciplinar e familiar, buscou-se a implantação de um programa de reeducação alimentar e promoção à atividade física. Já que indiretamente a mudança de hábitos acaba se estendendo a todo o ciclo familiar, o que é um dos nossos objetivos, pois com a observação de práticas de bons hábitos de vida em casa, até as crianças em fase escolar acabam tendo uma referência muito positiva, e até levando para a escola.
O principal papel da atividade física deve ser o de aumentar o gasto energético acima da ingestão alimentar para que alguma gordura corporal seja reduzida (NAHAS, 2001).
Sendo assim, a proposta desse trabalho educativo e interdisciplinar, justifica-se pela necessidade do controle de peso, correção de erros alimentares e estímulo à prática de atividade física, contribuindo para a prevenção das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT).
Reeducar os Hábitos
Múltiplos fatores influenciam o comportamento alimentar e também oferecem inúmeras oportunidades para intervir, e melhorar as escolhas alimentares dos indivíduos. No entanto, a análise mais aprofundada revela a existência de barreiras à mudança de hábitos alimentares e estilo de vida. Os avanços tecnológicos deixaram a população ainda mais sedentária devido à comodidade. Surge então, a importância cada vez maior de se praticar atividade física e movimentar-se. Estes obstáculos, tal como as suas possíveis soluções, foram auxilio para a explanação do presente programa.
Vamos descrever a experiência no processo de reeducação alimentar e física do analisado em questão, abarcando a necessidade do envolvimento das mais diversas áreas da saúde no intuito de compreender a importância dos hábitos alimentares saudáveis e da educação física no processo de emagrecimento visando principalmente:
Promover mudança de hábitos alimentares que contribuam para um adequado estado nutricional;
Promover mudanças de hábitos alimentares e de prática de atividade física que contribuam para o tratamento, o controle e a prevenção de futuras doenças crônicas;
Promover alimentação saudável;
Acompanhar o estado nutricional do paciente;
Orientá-lo e também a sua família sobre a alimentação, estimulando a auto responsabilidade e autonomia individual e familiar na escolha de uma alimentação saudável;
Promover a integração, o diálogo, o compartilhamento de experiências;
Metodologia
Participantes e o programa educativo
01 adulto, sexo masculino;
Erros alimentares e desvios nutricionais;
Encaminhamento médico para outros profissionais; e
Triagem.
Participantes e o programa educativo
Avaliação nutricional;
Prescrição individualizada do plano alimentar;
Encontros semanais, com duração de até 1 e 30 hora;
Interação entre nutrição, terapia e acupuntura;
Atividade física;
Desenvolvimento do trabalho: interação, diálogo, espaço de relacionamento social para discutir e expressar sentimentos diante das dificuldades das mudanças alimentares e no estilo de vida.
Etapa 1: Identificação do Paciente
O paciente em análise foi um homem, que atua na área administrativa, 37 anos, 88 kg, 1,76 m, cor morena, sedentário. Ao descobrir que estava com dois nódulos na tireoide e que teria que fazer uma tireoidectomia, achou prudente reduzir peso, conforme diálogo com o médico. A tireoidectomia consiste na remoção cirúrgica da totalidade, caso do paciente em questão, ou de parte da glândula tireóide. Essa é uma síndrome clínica que também surge quando os tecidos ficam expostos aos níveis elevados de hormônios tireoidianos (KATZUNG, 2010), o que resulta em taxa metabólica elevada, aumento da temperatura da pele e da sudorese e grande sensibilidade ao calor.
Apesar da patogênese desse sinal ainda não ser totalmente compreendida, imagina-se que ele seja causado pela presença de proteínas semelhantes ao receptor de TSH nos tecidos da órbita. (RANG; DALE, 2007).
Além do problema descrito acima, nosso analisado apresentava aumento significativo em suas taxas de colesterol e triglicerídeos, degeneração óssea, sono excessivo dentre outros.
Em análise das informações supra, foi proposto um tratamento interdisciplinar com endocrinologista, nutricionista, psicoterapeuta, acupunturista e atividade física personalizada e direcionada, com período de duração de 06 (seis) meses.
Etapa 2: Identificação e Análise do Sobrepeso
Além da alegação de sedentarismo, o paciente inquiriu o fato de o hipotireoidismo ser uma doença genética e de agravar seu aumento de peso. Destarte, em consulta a inúmeras bibliografias de estudo, viu-se que diferente do conhecimento popular, o hipotireoidismo possui inúmeras ramificações, dentre elas a tireoidite de Hashimoto. Um dos transtornos que o paciente e familiares percebem precocemente é o aumento de peso e sobrepeso que levam a obesidade, e que os leva a não se identificar com sua autoimagem, levando a depressão, a tristeza e outras doenças (CAIO e col, 2005)
Sabe-se que a tireoide é uma glândula localizada na região anterior do pescoço, com a função de produzir hormônios que regulam grande parte do funcionamento das células do corpo.
Através de dados obtidos pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) estimam que nos Estados Unidos cerca de 13 milhões de pessoas, de todas as idades, tenham problemas relacionados à tireoide. Porém a situação não é muito diferente no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 10% de pessoas acima de 40 anos e 20% das que têm mais de 60 manifestam algum problema dessa natureza.
Etapa 3: Detalhamento do Processo de Reeducação – 1ª trimestre
Assim que apresentado o programa, o paciente demonstrou imenso interesse e determinação em alcançar o objetivo proposto, desta feita, introduziu-se um plano de alimentação saudável e exercícios físicos a fim de que o processo de mudança de habito e perda de peso fossem gradativos, eficientes e permanentes.
No primeiro mês foi introduzida atividade física moderada, 03 x por semana, acupuntura e auriculoterapia a cada 15 dias onde foi direcionada para tratar o caso de ansiedade, apetite emocional e constipação – outro problema detectado no decorrer dos trabalhos. Há pontos de acupuntura em que se faz a regulagem do apetite, que nada mais é que a vontade de comer além daquilo que seu corpo realmente necessita.
A acupuntura é um processo de tratamento de doenças por agulhas, que busca estabelecer o equilíbrio geral do corpo, define o presidente da Associação Brasileira de Acupuntura, Evaldo Martins Leite.
A auriculoterapia é considerada uma das especialidades de acupuntura. É uma forma pela orelha. Na verdade, tudo que se faz no corpo se pode fazer na orelha. (BOUCINHAS, 2007) Seus resultados são reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde e por pesquisas científicas (ALLEN et al, 1998).
Viu-se ainda a necessidade de acompanhamento junto ao psicanalista 01 vez por semana e uma consulta nutricional no inicio do tratamento. A obesidade traz à cena não apenas uma referência estética e psicossocial da imagem do corpo, como também um complexo de identificações positivas e negativas se compreendendo genealogicamente (KELNER et al, 2004).
No segundo mês, houve o aumento da frequência na academia, e introduziu-se musculação, notou-se aí maior resistência física e disposição. Acupuntura e psicanálise 01 vez por semana.
A obesidade envolve as dimensões fisiológicas, sociais e psíquicas. Portanto, para esse trabalho, procuramos recortar a dimensão psíquica da obesidade, que tem origem no processo de construção do corpo, segundo a teoria psicanalítica.
Vinculado ainda com a mudança da alimentação, notou-se algumas mudanças no paciente, tendo o processo mantido analise linear até o terceiro mês.
Etapa 3: Detalhamento do Processo de Reeducação – 2 trimestre
No quarto mês, houve uma avaliação detalhada onde o analisado apresentou redução de peso em excelência, dos 87 kg no início da análise, caminhou aos 79 kg, redução de medidas consideráveis, apresentando ainda bem estar físico, psicológico, bom desempenho nas atividades corporais e disposição para prosseguir com o projeto. Ante o quadro positivo, viu-se a necessidade de propor ao analisado novos desafios para que motivado pudesse manter os bons resultados alcançados até agora.
Deste modo, o paciente inseriu a prática do tênis aos domingos e corrida aos sábados, com acompanhamento de psicanalista a cada 15 dias e intensificação na acupuntura, tendo essa, passado a ser frequente em sua vida.
Houve ainda um aumento da ingestão de líquidos, mudança na alimentação, que se tornou rica em frutas, verduras e alimentos saudáveis, abolindo os refrigerantes. Verificou ainda que o problema relacionado à constipação normalizou.
No quinto mês chegou a pesar 77 kg, porém na avaliação física, viu-se que houve um ganho de massa muscular devido a musculação que foi intensificada.
No sexto e ultimo mês, o paciente viajaria para uma cidade do litoral. A equipe o monitorou por dez dias, sendo que até o momento em comento havia perdido 12 kg. Foi realizado um trabalho em conjunto com uma equipe de treinamento funcional em praias, na cidade de Natal RN, onde eles se exercitam diariamente às 06 horas da manhã, com atividades diversas, bem como dinâmicas específicas.
Por que Reeducar?
Educação Física e Sedentarismo- Dieta da Vida
Assim como o paciente analisado, muitas pessoas, por algum motivo, deixam de praticar atividades físicas e, com isso, perdem no quesito qualidade de vida. O “sedentarismo” pode contribuir para o surgimento de outras doenças.
Mas o termo Sedentarismo é muito discutido. O que é Sedentarismo? Quem realmente se enquadra nesse grupo? Podemos definir Sedentarismo como ausência de qualquer atividade física, seja ela esportiva ou não, fazendo com que a pessoa tenha um gasto calórico diário muito baixo com esses tipos de atividades.
Com isto, podemos identificar as pessoas que se encaixam nesse grupo: aquelas pessoas que por ter alguma doença acreditam que não conseguem fazer nenhum tipo de esforço; adultos que trabalham a maioria do tempo sentados; crianças e adolescentes que, por causa dos avanços tecnológicos, não praticam mais nenhum tipo de atividade.
Com o passar do tempo, podemos perceber que a essência do “brincar na rua” está diminuindo cada vez mais, não vemos mais aquelas pracinhas cheias de crianças correndo e brincando, e as atividades físicas das mesmas ficam restritas as aulas de Educação Física na escola. Lembrando que as pessoas que fazem esforço diário como limpeza na casa, caminham para o trabalho ou que tenham um emprego que proporcione algum esforço físico, reduzem seu grau de sedentarismo.
Diante de tal contexto, resolvemos trabalhar o individuo em questão a iniciar uma vida mais ativa, com pequenas atividades regulares que auxiliarão na melhora da qualidade de vida e com o passar do tempo o próprio perceberá os benefícios destas atividades para sua saúde. O sedentarismo trás consigo problemas como: perda ou transtorno da funcionalidade dos órgãos, perda da flexibilidade, hipotrofia muscular, além de aumentar o risco do surgimento de várias doenças, como o aumento do colesterol, infarto do miocárdio e até mesmo levar a morte súbita. Com a evolução da tecnologia e a tendência cada vez maior de substituição das atividades ocupacionais que demandam gasto energético por facilidades automatizadas, o ser humano adota cada vez mais a lei do menor esforço reduzindo assim o consumo energético de seu corpo (BARROS NETO, 2001). Precisamos ter uma vida saudável e de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), devemos buscar o bem-estar, seja ele físico, metal, social e espiritual, e não somente a ausência das patologias (SABA, 2003).
Como no caso tratado, é importante esclarecer que para uma pessoa que está iniciando um programa de atividades é válido deixar claro que os benefícios serão alcançados com a regularidade destas atividades através do tempo. Para não ter riscos de lesões, dores nas articulações ou problemas de coluna e postura, as pessoas sedentárias devem começar bem devagar, respeitando seus limites, para que ocorra a adaptação do corpo e do organismo com as novas atividades. Com o corpo adaptado, as atividades poderão ser aumentadas gradualmente. Recomenda-se no inicio atividades com duração de 30 a 40 minutos pelo menos 03 vezes por semana.
Com um planejamento e com certa dose de força de vontade, a luta contra o sedentarismo pode ser facilmente vencida e os benefícios são muito claros e rápidos de serem alcançados.
Conceito Hipotireoidismo – Tireoide
A tireoide pesa cerca de 30 gramas, lembra uma borboleta e fica na frente da laringe, na região popularmente conhecida como gogó. Trabalha obedecendo a ordens enviadas na forma do hormônio TSH (sigla inglesa de hormônio estimulador da tireoide) pela hipófise, que fica no cérebro. O resultado é a produção dos famosos hormônios tireoidianos, o T3 e o T4, que regulam a velocidade do funcionamento do organismo.
São eles que controlam o conjunto de processos que acontecem no interior de cada célula, queimando as calorias ingeridas com os alimentos para produzir a energia necessária à manutenção das funções vitais e à realização de atividades físicas. Os hormônios T3 e T4 relacionam-se ainda com a questão do peso, como no caso do paciente em analise, fato esse que pode ocorrer em três níveis, quais sejam:
Em níveis normais: regulam o metabolismo energético, ou seja, a transformação dos nutrientes (especialmente a glicose) em energia para manter as funções vitais e para a atividade física.
Hipotireoidismo: o metabolismo energético trabalha devagar, ocasionando um menor gasto de energia e o aumento de peso. Mas a pessoa engorda principalmente por causa do acúmulo de mucopolissacarídeos (cadeias de açúcar usadas na construção de tecidos), que associados à retenção de água produzem inchaço.
Hipertireoidismo: acelera o metabolismo, levando a um maior gasto de energia e perda de peso, apesar do aumento de apetite.
A glândula funciona da seguinte maneira, a hipófise, no cérebro, envia o hormônio tiroestimulante (TSH) para incentivar a tiroide a sintetizar o T3 e o T4. Deste modo, o iodo obtido nas refeições é captado pelas células tiroidianas. Ele sofre oxidação e se associa à tiroglobulina — proteína produzida apenas na própria glândula. Isso resulta nos hormônios T3 e T4. Parte de sua produção é estocada ali mesmo e o restante é distribuído pelo sangue para os mais diversos órgãos.
O estresse e a falta de iodo, essencial para montar os hormônios, podem desregular a glândula em quem tem predisposição. Mas a maioria dos casos é causada por reações autoimunes. Aliás, o sistema imunológico de quem vive estressado tende a atacar a tireoide como se ela fosse um vírus.
Reeducação Alimentar
Sabe-se que um dos fatores que leva os indivíduos a iniciarem uma mudança nos seus hábitos alimentares se deve à necessidade que estes sentem em fazê-lo.
No entanto, normalmente temos uma visão deformada do nosso próprio comportamento, o que nos leva a pensar que as mensagens sobre uma alimentação saudável são dirigidas a indivíduos mais vulneráveis que nós próprios. Este fenômeno de “parcialidade otimista” tem implicações práticas na saúde e na promoção da mudança dos hábitos alimentares, uma vez que os indivíduos não são conscientes do seu comportamento, associando-se à falta de motivação para realizar esta mudança. Mais informações sobre o modo como as pessoas comparam os respectivos hábitos alimentares ajudará a compreender melhor o consumo de alimentos e os fatores que o determinam, e apontará ideias para melhorar as ações educativas sobre nutrição.
Deste modo, uma vez reconhecida a necessidade de mudar, as preferências pessoais representam a principal barreira para a implementação de uma dieta saudável, a maioria das pessoas vê uma dieta saudável como sendo monótona, sem sabor e insuficiente. Mudar os hábitos alimentares é de extrema importância, mas só isso não é suficiente, é necessária à prática de exercícios físicos regularmente (FREITAS, 2012).
A falta de tempo é frequentemente mencionada como uma causa para não seguir uma recomendação nutricional, especialmente entre a população mais jovem e com estudos superiores. A recusa em prescindir de certos alimentos favoritos e a falta de vontade também fazem parte da resistência demonstrada.
Consumir mais frutas e vegetais é notoriamente difícil para a população no geral, apesar de serem reconhecidas as suas qualidades. Aspectos práticos como o preço, a preparação destes e a dificuldade em deixá-los próximo do local de trabalho são obstáculos comuns ás mudanças recomendadas.
Educar como substituir os produtos que se compram habitualmente por frutas e vegetais, sem que isso acarrete custos mais elevados nem mais esforço, é uma das soluções propostas. As ações por parte do governo, autoridades de saúde pública, produtores e vendedores, para promover o consumo de frutas e verduras, ressaltando a boa relação preço-qualidade destes, também poderá contribuir para uma mudança dos hábitos alimentares.
A falta de informação acerca da importância de uma alimentação saudável não é percebida pelos consumidores, como um entrave às mudanças alimentares, embora na realidade o seja. Por outro lado, os consumidores têm dificuldade em entender os rótulos dos produtos alimentares, ou calcular que quantidade representa uma porção, e não sabem assim equilibrar a sua dieta. Por estes motivos, as iniciativas educativas devem ajudar os consumidores a serem capazes de tomar decisões com conhecimento de causa.
A criação de um ambiente que permita a escolha de uma vida saudável é particularmente importante para indivíduos que vivem em zonas com instalações recreativas insuficientes, ou demasiado caras, ou em locais onde é perigoso passear, correr ou andar de bicicleta.
Muitas vezes até os indivíduos mais motivados, que adotaram uma dieta equilibrada devido a problemas de saúde, voltam aos seus hábitos alimentares antigos devido às dificuldades encontradas. A família e os amigos podem ser uma fonte de motivação para a mudança e manutenção de hábitos alimentares corretos; assim, adotado estratégias alimentares que são aceites por estes, pode trazer benefícios ao interessado e, ao mesmo tempo, ter um efeito positivo sobre os hábitos alimentares dos restantes. Por outro lado, terapias comportamentais individuais também são ferramentas que podem ajudar os indivíduos a não falhar a dieta.
Mudanças de hábitos alimentares não são fáceis, pois envolve alterações nos hábitos que têm vindo a ser estabelecidos ao longo dos anos, e o organismo memoriza. Manter a mudança do comportamento é ainda mais difícil e requer motivação, controlo comportamental e apoio social. A psicologia social oferece métodos teóricos e ferramentas que permitem entender melhor como os indivíduos tomam as suas decisões acerca da sua saúde, e pode ser útil no planejamento das intervenções promocionais.
Acupuntura
Entre os diversos tratamentos em estética da área das terapias alternativas, um dos que vem ganhando cada vez maior aceitação entre pessoas é a Acupuntura. Originária na China a mais de 4000 anos, esta terapia baseia-se na existência de uma energia vital, denominado de Chi ou Ki, circulando no corpo gerando o estado de saúde (MACIOCIA, 1996).
A gordura localizada, no entanto, é uma patologia do tecido gorduroso, em que a gordura se acumula em locais determinados mais que em outros locais (FORNAZIERI, 2005). De acordo com a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) a gordura localizada é vista como uma alteração da forma e está associada ao elemento terra e insuficiência da energia do rim (YAMAMURA, 2001).
O ganho de peso pode ser causado por ansiedade, desequilíbrio hormonal, fator genético, erro alimentar, entre outros fatores. A acupuntura pode ajudar no emagrecimento agindo no controle da ansiedade. A acupuntura age na diminuição da fome, ativa o metabolismo e restaura o perfeito funcionamento dos sistemas digestivo, intestinal e urinário.
Um acupunturista pode auxiliar, e muito, o processo de perda de peso e até mesmo no tratamento da obesidade. A acupuntura baseia-se em métodos da medicina tradicional chinesa visando o equilíbrio. Existem duas principais técnicas de acupuntura: a acupuntura sistêmica (agulhas por todo o corpo) e a aurículoacupuntura (agulhas ou sementes aplicadas na orelha).
A acupuntura sistêmica tem como objetivo tratar pontos do organismo para regularizar o fluxo de energia interna, restabelecendo o seu equilíbrio e funcionamento normais. O tratamento com aurículo-acupuntura consiste de 10 sessões. . A união da MTC com a medicina ocidental pode ser um caminho eficiente para o processo da conquista estética com saúde, pois os impactos foram comprovados com eficácia (ARRUDA; LUCAS, 2007).
Os resultados do uso da acupuntura na ajuda do emagrecimento não são imediatos, exige uma certa dose de paciência e persistência. Os efeitos surgem em médio e em longo prazo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a acupuntura um método de tratamento complementar, ou seja, é indicado como complemento a uma mudança nos hábitos alimentares, e prática de exercícios físicos.
De acordo com os princípios da medicina chinesa, o diagnóstico de uma doença é feito a partir das informações do paciente, da análise dos sintomas e sinais e da percepção dos pulsos. A acupuntura busca estabelecer uma visão segura da energia geral do organismo.
Análise Psicanalítica da Perda de Peso
Assim como o paciente em análise, existem várias pessoas angustiadas com o próprio peso que estão sempre seguindo uma nova receita para emagrecer. Mostram-se entusiasmadas no começo, cheias de esperanças e na maioria das vezes voltam sempre ao ponto de partida sem sucesso.
Os ciclos de fome-saciedade e a substituição das sensações de desconforto, associadas à fome, pelo bem-estar, associado à satisfação alimentar, ajudam a estabelecer comportamentos alimentares normais.
Na fase inicial, algumas pessoas seguem dietas da mídia, que alguma celebridade afirma ter feito e são insensíveis a qualquer argumentação que lhes questione o porquê de acreditar que a dieta atual não terá em breve o mesmo destino que as anteriores. Os resultados positivos logo nos primeiros dias aumentam ainda mais o ânimo e a devoção ao novo esquema de perda de peso, pois imaginam que diante da perda de dois quilos em uma semana, em pouco tempo chegarão ao peso ideal.
Mas na semana seguinte a perda de peso é menor e mais reduzida ainda na semana posterior. O relaxamento vai aumentando com o tempo até o completo abandono. Normalmente, diante do desencanto, em um período curto a pessoa recupera o peso perdido ou mesmo ganha uns quilos a mais. Fica resignada com a sua obesidade até que novas crenças anunciadas com estardalhaço na mídia recuperem sua esperança e todo o ciclo recomece. Por isso é muito importante o foco e determinação.
Outras optam por inibidores de apetite ou estimulantes do metabolismo, elas permitem que a pessoa faça o que ela não acredita que seja capaz de realizar sozinha: comer menos e gastar mais energia. Tal procedimento só em caso com indicação e orientação médica.
Os resultados acontecem. Mas, para poder mantê-los, é necessário seguir com o uso da medicação por um período indeterminado e isto tem seus altos custos. Existem também efeitos colaterais diversos. E com o tempo pode ser necessário o aumento da dose das substâncias químicas para se ter o mesmo efeito inicial, o que potencializa as chances de ocorrência de problemas colaterais.
O que vemos em todos os casos descritos acima é a completa incapacidade de, por conta própria, sem estímulos exteriores e apenas pelo esforço pessoal, se conseguir perder peso e se manter magro.
O problema pode vir da infância, pois apesar de existirem fatores individuais que potenciem o desenvolvimento de excesso de peso em crianças, o papel da família e do ambiente irá contribuir igualmente para o desenvolvimento de comportamentos associados ao ganho de peso, especificamente a nutrição e a prática de exercício físico (ODOMS-YOUNG; FITZGIBBON, 2008).
A pessoa que quer perder peso parece trazer a crença de que ela é incapaz de emagrecer sozinha. É comum fornecer quilos de desculpas para tentar justificar a sua incapacidade de comer de outra forma e fazer atividades físicas. As desculpas são diversas, que não tem dinheiro (dieta e academia custam muito), não tem tempo, o metabolismo é mais lento, a genética é desfavorável, os problemas da vida não deixam, etc. Mas é comprovado que existem várias alternativas e substituições para tais atividades.
A pessoa obesa idealiza que só se sentirá realizada após se livrar dos quilos a mais. Acredita que uma vida sedentária é muito mais prazerosa do que encarar o movimento.
Normalmente comem rápido, de forma impulsiva, sem uma mastigação adequada. Depois sente remorso, arrependimento.
Talvez, para quem quer fazer da mudança uma possibilidade seja preciso saber que, ao contrário do que se pensa, a impossibilidade está na satisfação plena. Quem está acima do peso costuma associar a sua imagem pessoal à sua condição física. Não espera que ninguém o trate fora deste lugar. O seu psicológico é muito afetado.
Considerações Finais
Não há o que questionar que todo o sucesso deu-se a força de vontade do analisado, participação de toda sua família, determinação e perseverança com sua extrema dedicação para a adaptação da nova proposta de vida e sua enorme confiança na equipe que o auxiliou nesse processo. Constatamos que o ponto de partida para maratona de redução de peso é a disciplina. É possível emagrecer com mudanças saudáveis de hábitos, determinação e foco.
O emocional possui grande participação no bom resultado, tendo como auxilio intenso, sua modificação de habito. O médico foi o profissional que detectou uma das causas do aumento de peso, o contato com o nutricionista que junto ao paciente soube identificar todos os desequilíbrios alimentares e procurar junto com o mesmo o caminho adequado para o sucesso do projeto. Já o acupunturista tratou de forma natural os desequilíbrios do organismo, o terapeuta auxiliou no emocional e a atividade física teve uma imensa contribuição para resultado de perda de peso e ganho de força.
Nesse esforço pela reeducação alimentar e de hábitos, existem alguns aliados que podem fazer toda a diferença nessa batalha entre a mudança e o comodismo. Conforme já comentamos, a força de vontade e o foco são fundamentais, mas não se pode esquecer os exercícios físicos. Caminhar, pedalar, nadar, subir escadas, frequentar academias, contribui para perder peso e substituir as gorduras por massa muscular. A todo momento temos caminhos a escolher, seja entre subir vários degraus de uma escada ou pegar um elevador, ou ir caminhando a um local próximo, ou ir de carro. Nossas escolhas fazem sempre uma grande diferença em nossas vidas. É a lei do “retorno”.
Não somente o analisado, mas de fato somos, em grande maioria, seres sedentários e passamos o dia sentado no escritório ou cuidando dos afazeres de casa. Podemos afirmar que os avanços tecnológicos também contribuem para acentuar o sedentarismo dessa geração. Ou seja, com toda praticidade que dispomos hoje, obrigatoriamente devemos nos manter mais tempo em movimento.
A prática de exercícios deve ser incorporada no nosso cotidiano da mesma forma que adotamos hábitos diários de higiene e cuidados pessoais. Em um programa para perda de peso, os exercícios físicos são as cápsulas de entusiasmo que o corpo e a mente precisam para recuperar e manter a saúde.
O espelho é sempre uma referência que não mente. Não porque a imagem refletida precisa ser a mais esbelta e idealizada pela mídia. Mas porque é importante gostarmos de nós mesmos. Quando olhamos no espelho e não gostamos de nós mesmos, é alerta que temos de fazer mudanças em nossas vidas. Não só no corpo, mas na mente também.
Caminhadas de 40 minutos ou 1 hora, exercícios funcionais e adaptados em casa mesmo, todos os dias ou três vezes por semana, são suficientes para contribuir com a manutenção de um peso adequado e saúde. Portanto, conclui-se que nem sempre emagrecer sai caro, e pode estar ao alcance de todos à base de adaptações inteligentes.
Hoje a mídia também tem sua parcela de culpa em distorcer modismo e saúde. Ela dita e impõe o que é um “corpo perfeito”. As indústrias aliadas a isso criam seus milagrosos emagrecedores, em forma de dieta, medicações, roupas redutoras etc.
Ante o exposto, viu-se que o analisado disposto a seguir todas as prescrições de todos os profissionais envolvidos numa mudança de hábitos para perda de peso, não cede às tentações e não desanima.
Como resultado final, hoje ele participa de corridas, continua com atividades diárias e refere ser muito prazeroso. Seguindo seu exemplo toda sua família aderiu a novos hábitos de vida saudáveis. Praticam atividade física, alimentação equilibrada, enfim, uma mudança geral para toda família e orgulho para a equipe de profissionais envolvidos no projeto.
Referências Bibliográficas
ARANHA, Maria Luiza Arruda. História da Educação. São Paulo: Moderna, 1989.
ARRUDA, Márcia Cristina; LUCAS, Verônica Pires. O Uso da Ventosa terapia na Redução Abdominal. Portal Educação, Natal, jul. 2012. Disponível em:
. Acesso em 6 maio 2013.
BETTI, Mauro. Educação Física e sociedade. São Paulo: Movimento, 1991.
BOUCINHAS, j. Fui um Diletante da Nutrição. Natal, Jornal Tribuna do Norte, ago. 2012. Disponível em: < http://tribunadonorte.com.br/news.php?not_id=49615 > Acesso em: 04 maio 2013.
BRACHT, Valter. A criança que pratica esporte respeita as regras do jogo... capitalista. In: RBCE/CBCE, 7(2): 62-68, 1986.
_____. Educação Física: a busca da autonomia pedagógica. In: Revista da Educação Física da UEM, 1(0): 28-34, 1989.
BRASIL, SEED/MEC, SE/DED/PE. Educação Física – Novos compromissos: pedagogia, movimento, miséria. Documento final do I Encontro Nacional de Dirigentes Metropolitanos de Educação. Olinda, 1986.
CASTELLANI FILHO, Lino. Educação Física no Brasil: a história que não se conta. Campinas: Papirus, 1988.
GADOTTI, Moacir. Educação e poder: introdução à pedagogia do conflito. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1987.
GHIRALDELLI JR., Paulo. Educação Física Progressista. São Paulo: Loyola, 1988.
_____. História da Educação. São Paulo: Cortez, 1990.
KATZUNG, Bertram G. Farmacologia Básica & Clínica. 10ª ed. Mc graw-hill Interamericana. 2010.
KUNZ, Elenor. Educação Física: mudanças e concepções. In: RBCE/CBCE, 10 (1): 28-32, set./1988.
_____. O esporte: ensino, crítica e transformações. Concurso para Professor Titular. DEF/CDS/UFSC, 1993 (mimeo).
MARINHO, Inezil Pena. História da Educação Física no Brasil. São Paulo: Cia Brasil, 1980.
NAHAS Markus V. Atividade Física e Qualidade de Vida. 2º ed. Londrina: Midiograf, 2001.
NÓBREGA, F.J. Distúrbios da Nutrição. Editora Revinter. Rio de Janeiro.1998.
RAMOS, Jayr Jordão. Os exercícios físicos na história e na arte. São Paulo: Ibrasa, 1983.
SANTIN, Silvino. Educação Física: uma abordagem filosófica da corporeidade. Ijuí: Unijuuí, 1987.
SOARES, Carmen Lúcia. O pensamento médico-higienista e a Educação Física no Brasil: 1850-1930. PUC/SP, 1990. (Dissertação de Mestrado em Educação).
ACUPUNTURA: Tratamento e Cura com Agulhas. Terra, Rio de Janeiro, abr. 2013. Seção Saúde. Disponível em: < http://saude.terra.com.br/interna/0,,OI153340-EI1713,00.html >. Acesso em: 5 maio 2013.
CAIO. João e col.. Hipotireoidismo. São Paulo, maio 2005. Seção Hipotireoidismo. Disponível em < http://www.tireoidismo.com.br/hipotireoidismo_6.html > Acesso em 04 de maio de 2013.
REEDUCAÇÂO Alimentar. Portal Educação, São Paulo, Ago. 2012. Seção Nutrição. Disponível em: < http://www.portaleducacao.com.br/nutricao/artigos/16191/reeducacao-alimentar > Acesso em: 04 de Maio de 2013.
Comentários
O blog está excelente, Parabéns!
Vou acompanhá-lo sempre.
Um grande abraço,
Prof. Sergio Rochelle